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Zimbabwe, o canto de África que vive a maneira europeia, onde o Dollar americano é tratado por TU.


Eu sou moçambicano pacato, aquele que só cumpre as ordens do patrão, "sim sinhoro"...estás palavras estão alojadas na ponta da minha língua...e não é em vão, elas tem sido por mim usadas pelo menos 5 vezes ou mais ao dia. Toda ordem deve ser cumprida e antecedida por estas duas palavras.  


Hehehe, os meus #simsinhoros por vezes me presenteiam com estas oportunidades de conhecer lugares próximos e distantes do meu belo Moçambique, lugares que dificilmente conheceria mesmo se eu ganhasse na lotaria...e o mais interessante, é que eu vou a estes lugares via terrestre, coisa que me põe em contacto directo com os lugares que visito e suas gentes.
Desta vez fui visitar o Zimbabwe ...e o meu olhar atento e curioso me fez descobrir algumas coisas que eu achei interessantes, e como não sou egoísta, vou partilhar com aqueles amigos que não têm a preguiça de ler um texto longo.

Zimbabwe, um pais bastante organizado, falo concretamente na sua estruturação e urbanização...as estradas em primeiro lugar...estão em boa condição, bem, pelo menos as que eu usei...aliás, deixa dizer que todas as estradas que ligam Harare as 4fronteiras (em forma de cruz com Harare no centro da mesma) nomeadamente: Bait bridge-RSA, Machipanda-MOZ, Cuchamano-Moz e -Cusumbalesa-Zâmbia, apresentam boas condições de transitabilidade, coisa que é justificada pela ideia inteligente de se colocar portagens em todas elas, e daí a garantia de boa manutenção.

Boa manutenção sim porém pobre sinalização, veja bem, pobre, e não fraca, porque ela está lá, em todos os sítios estratégicos, mas em chapas muito velhas, e o pior, algumas chapas são de fundo preto e letras em branco, e as chapas não reflectem a luz, isso dificulta a vida do visitante...
Mas em termos de organização das cidades, Zimbabwe está de parabéns, nota-se claramente que os ingleses não olhavam pra Zim como província do reino unido, ou talvez olhavam como província sim, mas no verdadeiro sentido das palavras. Ruas bem estruturadas, edifícios bem colocados, tudo bem pensado no mínimo detalhe....
Casas de construção precária, são escassas, como se houvesse alguma lei que proíbe a sua construção.

Iluminação
Nós estamos de parabéns por termos a Cahora bassa como "nossa" pois de algumas vantagens nós Gozamos, iluminação pública é um luxo nos outros países, mesmo em grandes cidades como Harare, e nós temos luz mesmo nas ruas da periferia...

Moeda.
O nosso metical, mesmo com a inflação ainda é forte e continua a comprar o pão com um dígito, quando o dólar zimbabweano nem sequer se fala dele naquele pais, o dólar americano, assumiu as pastas no Zimbabwe, aquela moeda está a circular oficialmente naquele pais(como todos bem sabem) mas o mais triste e lamentável é ver o tratamento que  está a ter por lá:
As notas estão velhas, sujas e fragilizadas, o pior é que mesmo no ATM as notas que são cuspidas pela máquina estão no mesmo estado, o que me fez pensar que, o dólar que anda por ali é sempre o mesmo, não há injecção de novas notas nos bancos .
E os Zimbabweanos estão equivocados com aquela moeda de luxo, tratam-na como se fosse deles, como se fosse mais uma destas moedas africanas que pra podermos ter ideia do seu real valor, temos que cambia-las ao dólar americano, eles não tem receio em cobrar $10 por uma simples informação:
#Eu-Where is the nearest internet
 café?
#Zim- Where are you from?
#Eu- Moçambique
#Zim- oh patrao, give me 600 MTS i will tell you.
#Eu- What?????
#Zim- come on patrao, its only ten dollars.
Hehehehehe

Auto emprego:
Não sei bem se é falta de recursos, falta de iniciativa ou a situação daquele país está mais mal do que me pareceu, mas a verdade é que, os zimbweanos não têm o espírito de auto empregar-se
Eu estive na maior subestação eléctrica de Harare, obras da sua extensão e aumento de capacidade estão a ter lugar, e por conseguinte, empregos temporários vão surgindo esporadicamente, o que faz com que muitos jovens, senhores e senhoras se concentrem ao redor da obra a caça de uma oportunidade de trabalho. Muito bem, isso é normal em todo lado, mas o que não é normal é não haver sequer uma senhora a vender nem bolacha, nem doce nem nada ao redor da obra.  Todos estão a procura do emprego . vai ver é mesmo por isso que ninguém vende nada, porque ninguém tem dinheiro pra comprar.
Não sei também se naquele pais há uma lei que defende os recursos florestais, ora, eu estive lá durante 11 dias, andei pra os quatro cantos do país, mas não vi lenha a venda na estrada, não vi carvão (mas vi que a maioria de camiões que vêm do porto da Beira pra Zimbabwe, sempre levam alguns sacos de carvão) o mais interessante, não cheguei a cruzar com nenhum camião transportando   troncos de madeira( coisa que no nosso país é tão normal como cruzar com um camião de pão)
Epah.  Já tou cansado de escrever .

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